7. O você futebol clube.
Como na vida e nos negócios somos cada vez mais dependentes de times, de estruturas, além do nosso talento individual especializado. Então, traga campeões para jogar no seu time
Por José Luiz Tejon
Um profissional, um empresário, uma pessoa, podemos fazer uma analogia com um time de futebol, com os jogadores. Veja só um grande time de futebol: os jogadores se movimentam, procuram jogo, se deslocam para receber a bola. A maior parte dos atletas é polivalente – joga bem em diversas partes do campo, além de ser um ótimo especialista na sua função. Mas, falando claro – cada jogador vale por dois ou por três dos times comuns.
Já um time de futebol medíocre: cada um fica na sua, o zagueiro central não sai da frente da área, o ponta-direita fica sempre por ali, ninguém corre para marcá-lo, o pessoal não procura o jogo e ao contrário, a maioria se esconde do jogo. Todos reclamam que a bola nunca chega e quando chega vem sempre "quadrada" – não dá para pegar. Num time espetacular todos falam, pedem a bola e elogia. Num time comum, ninguém fala, só reclama daquilo que não aconteceu e xinga!
Como na vida e nos negócios somos cada vez mais dependentes de times, de estruturas, além do nosso talento individual especializado. Dirijo pessoas há muitos anos, sou professor de MBA, também há muito tempo. Poucos ainda são os profissionais e os estudantes que se deslocam para receber a bola. Que se mexem. Poucos são os colaboradores que espontaneamente correm para receber, antecipam as jogadas, gritam "olha o ladrão" (o adversário que chega escondido para roubar a bola), ou que chama o jogo para si, no momento em que a especialidade e a determinação poderiam resolver o jogo. Poucos são ainda os que sabem agradecer, elogiar. A maioria de todos nós ainda joga no time da reclamação e do xingamento. Do "não dá"!
Felizmente isso está em profunda mudança. E, felizmente, ao estudarmos os times de futebol e as organizações bem-sucedidas, no mundo – observamos esse ponto comum: grandes times, grandes empresas e grandes pessoas são todos "generosos", participativos, topam correr riscos, elogiam a performance do companheiro e expulsaram o medo. Medo de se expor. Medo de pedir substituição quando não está no seu momento, no seu dia feliz. E acima de tudo, as empresas, como também, num grupo de amigos, a vida com progresso é a felicidade da reunião de pessoas que nunca desistem de si mesmas, e jamais se transformam em parasitas do próximo.
Mexa-se. Desloque-se para receber. Procure alternativas, oportunidades. Traga campeões para jogar no seu time. Abra as portas para as pessoas. Fique sempre aberto para aprender, inclusive com seus inimigos. Mas, principalmente e acima de tudo – não se prepare para ser comum – saia para o jogo, e não se vicie com os resultados – simplesmente – "bonzinhos". Se o resultado do jogo não está agradando, mexa no time. No “Você Futebol Clube”.
José Luiz Tejon Megido é autor do livro “O Vôo do Cisne”, professor de MBA de marketing e vendas da ESPM, mestre em educação, artes e história da cultura, presidente da ABMR (Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio)